“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Silvério dos Reis (1756-1819)

quarta-feira, 25 de maio de 2016


Joaquim Silvério dos Reis Montenegro Leiria Grutes 
Monte Real, 1756 - São Luís, 1819 

Silvério instalou-se inicialmente na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1778. Depois transferiu-se para a capitania de Minas Gerais, onde logo prosperou econômica e socialmente. Um de seus irmãos foi procurador em Minas, o que lhe facilitou as relações com a sociedade local. 

Tornou-se um comerciante rico e exercia o cargo de coronel da cavalaria-auxiliar dos Campos Gerais e auferia os rendimentos do contrato das Entradas. Aos 33 anos, era proprietário de terras, gado e escravos em Barbacena. Encarregado da cobrança dos direitos sobre importações, passou a dever uma grande quantia à Coroa. 

Os elevados impostos cobrados pela Coroa portuguesa comprometiam suas finanças. Após um desabafo, o sargento-mor Luís Vaz de Toledo o convidou a participar de uma conjuração prevista para o dia 15 de março de 1789, data em que aconteceria a derrama. No entanto, em fevereiro desse ano, Silvério dos Reis, o tenente-coronel Basílio de Brito M. do Lago e o luso-açoriano Inácio Correia de Pamplona delataram os inconfidentes ao governador da capitania mineira, o 6º Visconde de Barbacena. 

A derrama foi suspensa em 14 de março. No dia 7 de maio, o vice-rei D. Luís de Sousa Vasconcelos (1779-1790) instaurou o processo contra os inconfidentes (conhecido como "devassa"). Silvério dos Reis, que havia se apresentado no Rio de Janeiro, ficou preso na Ilha das Cobras (entre maio de 1789 e janeiro de 1790). Sua delação foi recompensada por 30 moedas de ouro, o cancelamento de suas dívidas, com o cargo público de tesoureiro da bula de Minas Gerais e Rio de Janeiro, pensão vitalícia, fardão de gala e hábito da Ordem de Cristo. 

Em Lisboa, recebeu o título de fidalgo da Casa Real mas, quando retornou ao Brasil, foi hostilizado e sofreu perseguições e atentados. Assim, resolveu retornar a Portugal, onde permaneceu até 1808, ano em que retornou definitivamente ao Brasil, viajando junto com a Corte Real, que então fugia das tropas napoleônicas. Faleceu no dia 17 de fevereiro de 1819, e seus restos mortais foram enterrados em São Luís, Maranhão. Mais tarde o túmulo foi destruído.

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Fonte: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário Biográfico Ilustrado de Personalidades da História do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012, p. 1184. 

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