“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

«Alexandre, o Grande», de P. Freeman

domingo, 24 de julho de 2016

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Mais um livro lido neste recesso de julho. Publicado pela paulista Amarilys em 2014, a leitura não poderia ser mais apropriada para um período de descanso: o texto de Philip Freeman, professor de Estudos Clássicos na Luther College (Iowa, EUA), é agradabilíssimo, sem nunca deixar de lado a erudição. Impressiona ainda mais que consiga manter a curiosidade do leitor a cada página, considerando que a vida do grande conquistador macedônico é pra lá de conhecida. O segredo do sucesso de Freeman é o amor ao tema: ele confessa que cresceu fascinado por Alexandre, e procurou conhecer todas as fontes sobre ele, visitando os locais de suas peregrinações e imaginando cada detalhe de sua vida épica. 

O livro conta uma linha do tempo, listas de reis macedônios e persas, dois mapas, ilustrações, glossário, notas, bibliografia comentada e índice remissivo. Infelizmente, alguns problemas maculam uma obra tão primorosa: dos dois mapas, apenas um é sobre o império de Alexandre, o que insuficiente para apreender todas as suas jornadas (seria interessante se existissem mapas detalhados, distribuídos pelos capítulos); ao longo da narrativa, faltam datas para situar temporalmente o leitor, que se vê obrigado à desagradável tarefa de retornar à linha do tempo disponibilizada no início do livro (por exemplo, na abertura do cap. 9 [p. 270] é mencionado o casamento de Alexandre com Roxane, "no sétimo ano de campanha". Voltando à linha do tempo, descobrimos que isso corresponde ao ano 327 a.C.); em diversos momentos, ao longo da narrativa, Philip Freeman cita indiretamente longos discursos de Alexandre ou de algum de seus homens. Nesse caso, citações diretas se muito mais apropriadas.

Nada disso diminui a importância desse livro, que eu recomendo a todos, leigos ou especialistas. Por muitos motivos, o jovem que conquistou de forma fulminante o poderoso Império Persa merece ter a sua vida estudada. Melhor ainda que o seja por um historiador à altura de sua importância para a História. 

"Alexandre era, e ainda é, a absoluta personificação da ambição humana pura, com todas as suas consequências, boas e más" (p. 336).

Referência: FREEMAN, Philip. Alexandre, o Grande. Tradução de Marília Chaves e Marcia Men. Barueri, SP: Amarilys, 2014.   

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